Aniversário acontece no mesmo mês em que se celebra o Dia Nacional das Santas Casas de Misericórdia 

O atual mês é marcado pelo reconhecimento ao relevante papel desempenhado pelas instituições filantrópicas no atendimento à saúde – 15 de agosto é o Dia Nacional das Santas Casas de Misericórdia. Essas unidades atuam junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo à mais da metade da demanda de média e alta complexidade. 

É nesse contexto que a Santa Casa de Chavantes presta atendimento há 100 anos – completados neste mês – e cuja qualidade do serviço ofertado pode ser verificado junto à população da cidade. O aposentado Fioravante Aparecido Beloto, por exemplo, que reside no município de Chavantes desde 1969, precisou ficar internado no hospital para tratar um problema cardíaco. Ele lembra que já buscou atendimento na unidade em outras ocasiões e que, ao longo desses anos, a qualidade sempre foi o destaque da Santa Casa. “Ela é referência para todos nós. Conhecemos os médicos pelo nome e a gente recebe um carinho de todos os profissionais. A parte física mudou para melhor e nunca perderam a qualidade”, destaca.

O paciente é patriarca de uma família que tem ligação estreita com a Santa Casa de Chavantes. Uma das filhas, Magali Beloto, nasceu na instituição e a outra, Marcela Aparecida Beloto, atua há 12 anos como enfermeira padrão na unidade. 

Até mesmo a neta, Isabela Beloto Moreira, já passou pelos cuidados dos médicos da Santa Casa. “Por conta de uma brincadeira, me machuquei e precisei levar 12 pontos na cabeça. Foi lá que recebi todos os cuidados necessários. O trabalho feito lá é incrível”, destaca. 

De olho no futuro 

Esse jeito carinhoso de cuidar da população de Chavantes e região está completando 100 anos neste mês, mas sempre focando no futuro. Desde que foi fundada em 1923, a unidade, sem fins lucrativos, cresceu e hoje é referência no estado de São Paulo nas mais diversas áreas cirúrgicas, incluindo alta complexidade em oftalmologia.

Atualmente, a Santa Casa de Chavantes é referência para atendimento de aproximadamente três milhões de pessoas que residem nos municípios da região de Marília, porém, também atende pacientes vindos de outros estados, como Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. 

Somente nos primeiros cinco meses deste ano, a Santa Casa contabilizou 510 internações de alta e média complexidade, ante os 239 do mesmo período de 2022 – um aumento de 55%, de acordo com dados da Numb3rs Analytics. 

De acordo com o presidente da Santa Casa de Chavantes, Anis Ghattás Mitri Filho, a instituição sempre esteve aberta para atender a população da cidade e região, já que é o único hospital do município. “Mesmo com todas as dificuldades que enfrentamos ao longo dos anos, tanto funcionários quanto os gestores aprenderam a se reinventar para receber da melhor maneira os pacientes, sem perder a qualidade de atendimento”, diz. 

O médico destaca que há uma grande exigência, por parte da atual direção da unidade, para que o atendimento aos pacientes seja de qualidade. “Nós valorizamos muito que toda a população que procura nossos serviços seja recebida da melhor maneira possível, para que se sinta acolhida e com os problemas resolvidos”, salienta. 

Ele pontua, ainda, que os dois grandes patrimônios que a Santa Casa tem são a credibilidade de atendimento na região e o quadro de colaboradores. No primeiro caso, esse reconhecimento veio por conta da excelência, principalmente em alta complexidade de oftalmologia. “Com relação aos colaboradores, vale lembrar que a média de permanência deles na unidade é de 25 anos, sendo que há casos de alguns que estão há mais tempo”, destacou o presidente. 

O futuro já chegou

Com relação à atendimentos a novas especialidades, Anis destaca que já foram iniciados os atendimentos para alguns Consórcios Intermunicipais de saúde, nas especialidades de cardiologia, geriatria, dermatologia, ginecologia, vascular, cirurgia geral e urologia.

Já na parte diagnóstica, tiveram início os atendimentos em ultrassonografia, tomografia computadorizada, eletrocardiograma com laudo, endoscopia e colonoscopia. “Além disso, a Santa Casa de Chavantes foi a unidade da região de Marília que mais efetuou cirurgias nos Corujões de Saúde, promovidos pelo governo do Estado, nos anos de 2022 e 2023”, destaca. 

Para o futuro, o presidente da Santa Casa de Chavantes adianta que há o plano de uma nova unidade entre os municípios de Presidente Prudente e Marília, também no interior de São Paulo, até o final deste ano. “Seria um hospital focado no setor privado da Santa Casa de Chavantes”, adiantou. 

No Brasil, os desafios para o sistema de saúde sempre foram imensos, mas, ainda assim, nunca tão severos como os que enfrentamos atualmente. Um conjunto de fatores sociais, econômicos e tecnológicos se alinharam para criar um cenário incomparável em que, resumidamente, os custos sobem muito mais rápido do que as receitas em um ciclo negativo que está ameaçando a continuidade dos serviços. Tanto que a turbulência financeira, sempre mais associada ao SUS, chegou à saúde suplementar e provocou um prejuízo de R$ 15 bilhões aos planos de saúde em 2022. O maior da história.

E o imbróglio é mais complexo porque a saúde tem particularidades que transformam avanços em dificuldades. Não bastassem os efeitos das sucessivas crises econômicas brasileiras e de uma pandemia global, até uma boa notícia como o aumento da expectativa de vida se transforma em dor de cabeça para o setor, com mais gente nos hospitais precisando justamente dos tratamentos mais caros. E o avanço de pesquisa científica e a incorporação de tecnologia na assistência, por exemplo, que oferecem mais e melhores possiblidades terapêuticas, ao mesmo tempo aumentam a conta das organizações e as desigualdades no acesso.

Em resumo, os novos tempos vão continuar aumentando a demanda e pressionando os custos de um sistema de saúde que precisa urgentemente de um salto de gestão para reagir a esse movimento e não ser um empecilho para o desenvolvimento da sociedade. E as Organizações Sociais de Saúde (OSS’s) se provaram como uma alternativa viável nesse sentido. 

Criadas justamente para proporcionar eficiência aos serviços de saúde, já mostraram os resultados consistentes da uma abordagem inovadora, que alia operações de alta performance com sustentabilidade financeira, melhoria da experiência do paciente e humanização da assistência. 

De acordo com a Planisa – empresa com expertise na área de gestão de custos, as unidades administradas pelas OSS’s têm uma média de custo de paciente/dia de R$ 2,5 mil, enquanto este valor nas instituições beneficentes é de R$ 3,2 mil. Nos hospitais privados com fins lucrativos, a conta chega a R$ 7,1 mil. As OSS’s também diminuíram os custos administrativos para 6,5% da receita total, enquanto nos privados a relação é de 8,9%. No quesito produtividade, alcançaram uma taxa média de ocupação de 79% frente aos 65% dos beneficentes e 62% dos privados. 

A comparação com as administrações municipais, estaduais e federais mostra um cenário ainda mais favorável para a OSS. Dos 40 melhores hospitais públicos do país, 39 são geridos por OSS, de acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), que considerou um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross), em parceria com a OPAS (Organização PanAmericana da Saúde), o Instituto Ética Saúde (IES) e a ONA (Organização Nacional de Acreditação). A avaliação foi feita por meio de dados objetivos, como insumos, número de leitos e adequação das equipes e resultados, como quantidades de procedimentos ambulatoriais e de internações. 

Os bons números estão associados principalmente à flexibilidade e capacidade das OSS produzirem respostas rápidas aos novos desafios. Com pessoal especializado, decisões qualificadas e ágeis, além de estrutura enxuta, estão sempre alinhadas às mais recentes tecnologias, protocolos e modelos de gestão, promovendo a inovação e a melhoria contínua da assistência. 

A natureza inteligente e descomplicada também facilita que o modelo seja replicado em regiões remotas para proporcionar acesso de qualidade a populações normalmente desassistidas, sobretudo por meio das parcerias público-privadas que combinam as vantagens de ambos os setores para construir um sistema mais robusto e abrangente. 

Tudo isso, é importante destacar, com mecanismos que permitem o maior controle, formados por regulamentações e fiscalizações rigorosas para garantir a transparência das operações e a prestação de contas à sociedade. 

Os desafios atuais para o setor de saúde são imensos e, de fato, as OSS’s isoladamente não são suficientes para resolver todas as questões. Mas, indiscutivelmente, já demonstraram que são uma parte indispensável da solução. Então, é fundamental que a sociedade e o poder público promovam e invistam na expansão do modelo para que os benefícios cheguem a cada dia mais brasileiros. 

Objetivo do novo espaço é melhorar qualidade do atendimento oftalmológico na região 

A Santa Casa de Misericórdia de Chavantes inaugurou o novo Ambulatório de Oftalmologia da unidade, que tem como objetivo melhorar ampliar a capacidade de atendimento oftalmológico na região de Ourinhos, formada por 25 municípios. 

Estiveram presentes na cerimônia de inauguração o vice-prefeito de Chavantes, Luiz Filipe de Paula Jacinto, a secretária de Saúde de Chavantes, Luciana Shibata, a diretora técnica de saúde do Departamento Regional de Saúde – Marília, Célia Maria Marafiotti Netto, além do secretário de Saúde de Canitar, Robert da Costa Ribeiro e a secretária de Saúde de Salto Grande, Marisabelle Lima Guerra Viana, Antonio Amaral Junior, o Toninho do PT e representante regional dos deputados Nilto Tatto federal, e Enio Tatto estadual. 

Foram investidos no espaço R$ 500 mil, provenientes de uma emenda parlamentar, recebida pela Santa Casa de Chavantes, por meio de emenda parlamentar do deputado estadual Altair Moraes. 

Com uma abordagem focada no atendimento humanizado, o ambulatório oftalmológico passou por uma revitalização completa, resultando em um ambiente acolhedor que prioriza o conforto e bem estar dos pacientes. O espaço também inclui uma cantina exclusivamente destinada à alimentação dos pacientes. 

Referência de atendimento oftalmológico na região, entre janeiro e outubro deste ano, a Santa Casa realizou 15.878 exames, abrangendo 17 tipos de atendimentos. Os números envolvem desde consultas ambulatoriais, que totalizaram 3.409 atendimentos, até procedimentos mais avançados, como Mapeamento de Retina, com 1.724 atendimentos; Biomicroscopia de Fundo de Olho, com 5.847 realizações; e Tonometria, com 3.941 registros. 

Na área cirúrgica, o ambulatório realizou 465 cirurgias ambulatoriais, com destaque para procedimentos como Sutura da Conjuntiva (150 atendimentos), Tratamento de Pterígio (152 atendimentos) e Reconstrução de Fornix Conjuntival (63 atendimentos), além de 1.097 cirurgias de catarata. O presidente da Santa Casa de Misericórdia de Chavantes, Anis Ghattás Mitri Filho, lembra que a unidade de saúde possui mais de 20 anos atuação realizando atendimento especializado na área de oftalmologia e, com a revitalização do espaço, haverá ainda mais conforto e qualidade no atendimento. “Estamos orgulhosos desse novo espaço que está em harmonia com nossos objetivos: oferecer um ambiente acolhedor e promover a saúde ocular para nossa população”, enfatizou. 

Marília é o terceiro município do Estado a receber a 2ª Oficina de Regionalização da Saúde e o Gabinete 3D, promovido pela Secretaria de Estado da Saúde.

A Santa Casa de Chavantes, representada por Renata Juliani, gerente administrativa; Cleide Guerreiro, diretora administrativa; Clodoaldo Rodrigues, administrador hospitalar, esteve presente para conferir os programas lançados pela Secretaria Estadual e apresentados pelo chefe da pasta, Eleuses Paiva. 

A Oficina compactou os procedimentos que a região necessita, de forma compartilhada com todas as cidades, por meio de um termo de acordo e compromisso de gestão, otimizando os recursos provenientes da nova Tabela SUS Paulista e do IGM SUS Paulista (Incentivo à Gestão Municipal). Serão beneficiados mais de 1,1 milhão de cidadãos da região.